terça-feira, 9 de setembro de 2008

Sentir é bom...

A gente sente medo, calor, atração, ciúme, inveja.... E aprendemos que em cada sentimento devemos pendurar uma etiqueta de valor: alguns são bons, outros ruins; alguns nos fazem bem, outros nos causam mal estar; alguns nos ajudam a crescer, outros nos fazem estacionar...

Ora, sentir qualquer coisa deveria ser sempre bom. É a febre da alma: purga nossos males, combate as coisas ruins que carregamos, que nos entorpecem e intoxicam. O que demoramos a perceber é que todo sentimento é solitário, por mais que o queiramos solidário. O que sinto só eu sei o que é, pois resulta do que sou. Como posso saber o que o outro sente?

Posso sentir compaixão, amor, culpa, medo... mas sinto do meu jeito. Não acho possível compartilhar tais sensações; posso, isso sim, sentir coisas que me levem a ficar próximo de outra pessoa. É a atração, física ou espiritual, que aproxima as pessoas, pois nos descobrimos, desde pequenos, seres incompletos, a viver neste mundo à cata de um pedaço perdido.

Nascemos, todos, com uma peça a menos... Percebemos desde cedo o significado lúdico da lenda bíblica de Adão: alguém no mundo carrega uma de nossas costelas, ou, quiçá, andamos por este mundo a envergar a costela de outrem... Mas a vida não é simples como gostaríamos e, ao invés da dualidade a que nos acostumamos a enxergar o mundo, cada um de nós se percebe dividido e espalhado em várias outras pessoas. Em cada - e de cada - um recolhemos e identificamos pedaços de nossa identidade.

Sim, é isso mesmo: identidade. Viemos ao mundo para descobrir quem somos, e para quê servimos. Sentir é a primeira expressão dessa descoberta maravilhosa. Sinta amor, sinta medo, sinta fé e paixão, inveja ou ciúme, não importa. Sentir é estar vivo. E viver é maravilhoso quando não renegamos o que somos, nem recusamos o que precisamos vir a ser...

por Alexandre Pelegi

3 comentários:

Pod papo - Pod música disse...

Eu concordo com você, eu acho que ninguém sabe o que eu estou sentindo e eu não sei o que os outros estão sentindo, acho que a gente tem apenas uma ideia disso mas, saber realmente, acho que só sabe quem sente na pele mesmo.
Lendo o teu post até me lembrei da música do Roberto Carlos: Se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi!!

Beijinhos!

Ruiva disse...

Achou meu orkut, pessoa!!
Como??

Anônimo disse...

passeando por aqui na madrugada,achei esse texto lindooooooooo,vc sabe como adoro essa viagem ao mundo do desconhecido" o nosso eu",amei...
beijos meu lindinho