segunda-feira, 31 de maio de 2010

Viver é perigoso

O que te causa surpresa, provoca espanto? Você continua o mesmo de sempre, ou mudou muito nos últimos anos?
 

O que te faz sorrir, o que te leva a chorar? As sensações são as mesmas de antes, ou será que algo mudou em teu íntimo?

Os sonhos que tinha, perderam a validade? Os sonhos que sonha, mantém a mesma gana de antes, ou perderam o viço e a sanidade?

O que te faz cidadão, o que levas na mão, além da bagagem do dia-a-dia, da garra e da vontade de rotina?


Riobaldo, personagem de Guimarães Rosa, já dizia que viver é muito perigoso. Mas é dos perigos da vida que tiramos o gozo!

Você tem buscado o risco nas alturas, ou te basta a calma da planície? Tua voz continua alta, ou terá você moderado os gritos e a sandice da juventude?

Somos os mesmos de sempre, ou pioramos? Melhoramos na forma, ou apenas mudamos o vasilhame? A essência da vida, onde se esconde? Carrega nome e sobrenome, ou sequer endereço possui, como uma garrafa jogada na enchente?

Viver é muito perigoso. Mas é dos perigos da vida que tiramos o gozo.


Se não há tempo para abraços, nem motivos para choro, de que alimento tem vivido tua fúria? Com que líquido tens regado tua bravura?

Viver é muito perigoso, mas se não sabemos da verdade o caminho, para onde caminhamos, e por quê o fazemos, muita vez, sozinho?


Riobaldo já dizia: "Viver é muito perigoso... querer o bem com demais força, de incerto jeito, pode já estar sendo se querendo o mal, por principiar".

Somos o avesso e o disposto, o velho e o moço, a calma e o alvoroço.

Viver é muito perigoso. Mas nada a reclamar, a não ser viver - que o tempo cobra imposto...


(Alexandre Pelegi, jornalista e consultor, é editor do Primeiro Programa, na Rede Transamérica FM)

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Esse texto lembra e vale a pena rever:

E se eu perdesse minha fé?
O poder das palavras
Humildade x Orgulho

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